domingo, 27 de maio de 2012




Miragem
                            Jésus Ribeiro

Quando partiste alma querida
A cumprir o destino teu
Nobre tarefa que a vida te deu
Afim de que pudesses doar
A tua capacidade de amar a outra vida
Foi como se eu passasse
A ser incompleto
Embora buscasse minha alma prencher
De vazio estava repleto
Por ter tudo
Sem te ter

E passei a enlouqueçer...
Como apagar da memória tão formosa imagem
Como olvidar, esqueçer
A única glória que hoje posso ter

Ainda que enganosa miragem
Que se dissipa pouco a pouco
Para dar lugar à realidade
Desolada entristecida
Ainda que este louco sonho
Seja desfeito
Eu o quero acalentar ternamente

Abraçado ao peito
Junto ao coração
Por deste sonho necessitar
Para m'alma nutrir
E eu poder continuar
A ser, a existir

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"Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar." (Dalai Lama)