sábado, 18 de janeiro de 2014



MINHA  PRAÇA...


Agora quando passo pela minha praça...
Como faço todos os dias...
Tristeza para meus olhos sedentos da beleza...
Que já estavam acostumados apreciar...


Como antes sento-me bem quietinha...
Não mais ao abrigo da sombra amiga...
Agora debaixo dos raios quentes do irmão sol...


Ainda continuo ouvindo minhas árvores amigas...
Falando ao meu coração...
Contam-me que foram dilaceradas...
Mas que o desrespeito e o machado do homem...
Não conseguiram destruir sua essência... 


Ainda soa clara para essa alma sensível...
A voz que vem das entranhas...
Da Mãe Terra que abriga suas raízes...


Muito tempo será  necessário para a recuperação...
Voltar beleza tão exuberante...


A voz, os sussurros apesar de enfraquecidos...
Continuam os mesmos...
O canto do irmão vento através dos galhos e folhas...
Ensaia para voltar com todo o seu poder...


O tempo trará de volta gradativamente a melodia magistral...
Que ouvidos sensíveis conseguem ouvir...


Assim como os galhos e folhas de novo brotarão numa incessante caminhada...
Também as raízes continuam terra a dentro fortalecendo-se...
Apesar de machucadas, promessas de beleza e força...
Neste novo recomeço...


Pequenos cachos de flores surgem destes galhos que restaram...
Um dia qualquer sentarei de novo debaixo da sombra amiga...
Sentirei em revivência o vento passando pelos galhos crescidos...
Fazendo voar meus longos cabelos negros...
Tocarei com prazer os cachos de flores maravilhosos...


Agora o amigo tempo tomou posse da situação...
Só você meu amigo pode trazer de volta... 
Todo espetáculo que descortinava-se diante dos meus olhos...
Encantando meu coração...


Por enquanto estarei esperando...
Dia a dia acompanhando cada passo da recuperação...


                                                                                 Maria da Graça
                                                                        07/10/2013



"Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar." (Dalai Lama)