MINHA PRAÇA...
Agora quando passo pela minha praça...
Como faço todos os dias...
Tristeza para meus olhos sedentos da beleza...
Que já estavam acostumados apreciar...
Como antes sento-me bem quietinha...
Não mais ao abrigo da sombra amiga...
Agora debaixo dos raios quentes do irmão sol...
Ainda continuo ouvindo minhas árvores amigas...
Falando ao meu coração...
Contam-me que foram dilaceradas...
Mas que o desrespeito e o machado do homem...
Não conseguiram destruir sua essência...
Ainda soa clara para essa alma sensível...
A voz que vem das entranhas...
Da Mãe Terra que abriga suas raízes...
Muito tempo será necessário para a recuperação...
Voltar beleza tão exuberante...
A voz, os sussurros apesar de enfraquecidos...
Continuam os mesmos...
O canto do irmão vento através dos galhos e folhas...
Ensaia para voltar com todo o seu poder...
O tempo trará de volta gradativamente a melodia magistral...
Que ouvidos sensíveis conseguem ouvir...
Assim como os galhos e folhas de novo brotarão numa incessante caminhada...
Também as raízes continuam terra a dentro fortalecendo-se...
Apesar de machucadas, promessas de beleza e força...
Neste novo recomeço...
Pequenos cachos de flores surgem destes galhos que restaram...
Um dia qualquer sentarei de novo debaixo da sombra amiga...
Sentirei em revivência o vento passando pelos galhos crescidos...
Fazendo voar meus longos cabelos negros...
Tocarei com prazer os cachos de flores maravilhosos...
Agora o amigo tempo tomou posse da situação...
Só você meu amigo pode trazer de volta...
Todo espetáculo que descortinava-se diante dos meus olhos...
Encantando meu coração...
Por enquanto estarei esperando...
Dia a dia acompanhando cada passo da recuperação...
Maria da Graça
07/10/2013